XILOFONE
É na levada da vida
Que se mostra arisca
E assim ela petisca
Salva a mania
Não há de ser má
Pois sem maldade errará
Olhando para lá
Quando ninguém olhará
E no soar da noite
Quando uivou o coiote
No salão nada havia
Além do boicote
Mas de que a mim vale
Presença dos que não me cabem
Se a única presença, bem,
Cá esta:
No soar do xilofone
Ecoada a batida
Ao tocar das cordas baixas
E a marcados passos dança
Como o lambar de notas postas
D`algo que já não importa
Pois não há como saber
Explicar ou mostrar ou dizer
Deve-se, pois, estar
E só estar
Mas não só
Sol e La, e Si bemol
Si depois e estranha nota
Que não haverá de distinguir
Só sentir e apreciarmos
E de La não avistar
Nem precisa...
Pra que ver, a final
Se ao poder, há de ser
Escuro e cores, branda leva
Como Si e La, mas lá manter
E de volta se o Sol for
Desta nevoa furta cor
Pura dança e ao soar
Do xilofone indagador
Que será?
Já não sei
e nem ei
Mas estarei
A estar
E dançar
Como ar
De cor a cor
Do dom do som
Sol Mi e La
E virá
Para estarmos
Um dois três
E um dois três
Virá e verá
Pois cá estará
Ao do xilofone soar,
...ah...
Pedreschi, Rafael P.
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